segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

“Deus quer mais fidelidade às pequenas coisas que coloca ao nosso alcance do que o ardor dos grandes desejos que não dependem de nós.”

Há um chamado no ar...
Somos todos vocacionados. Na realidade, somos chamados a várias coisas: chamados à vida, à Igreja, à convivência com os outros e, finalmente, a um estado de vida permanente. É neste último onde a maioria de nós encontra seu maior questionamento. Temos uma vocação específica, sim! Cabe a nós descobri-la e responder a Quem, de alguma forma, nos chamou.
E eis a grande questão: como saber se essa ou aquela é minha vocação? Bem, amigos, todos nós já sonhamos algo que, por menor fosse,  não conseguimos realizar. Uns por falta de oportunidade, outros por não possuir aptidão para a referida inclinação. Compliquei? Simplificando as coisas, imaginemos duas pessoas que querem fazer um poema para alguém que amam. A primeira tinha as palavras já em mente, mas não recebeu em suas mãos o lápis e  o papel. Já a segunda, ganhou vários lápis e cadernos e nunca chegou ao poema que definisse seu sentimento enamorado. Esta pessoa tinha inclinação, a vontade de fazer aquilo, mas não conseguiu, não era apta, não tinha vocação.
Vocação é um chamado que não parte de nós mesmos. Eu sei que não basta o querer, o ter vontade de ser ou fazer algo, pois isto não implica necessariamente que esta seja a escolha certa.  Mas... O que é o certo? Deus nos cria, logo, nos chama. Ele conhece a mim, conhece a cada um que está lendo esta carta. Talvez Deus não nos envie anjos ou sinais “mirabolantes” do céu para nos convocar. A primeira convocação é feita quando somos gerados.
Quando sentimos determinada inclinação, quando nos atraímos por um estado de vida, é necessário que caminhemos para discernir o que sentimos do que é a vontade Dele. Depois de nos ter chamado, Deus nos abre caminhos e nos dá certas aptidões para que identifiquemos o que nos propõe. Comigo, ao menos, foi assim: desde pequena fui atraída pela vida religiosa, mas foi difícil – e ainda é – distinguir a minha vontade do que seriam os planos de Deus para mim. Os anos foram passando e, mesmo entre dúvidas, tribulações e fraquezas, o Senhor foi  me guiando e mostrando “coisas em comum”, que tinham algo a ver. Desde o conhecer a Congregação, até a identificação com o carisma claveriano e a oportunidade de fazer uma experiência junto às irmãs que escolhi. Vale ressaltar que nem sempre o que os outros vêem é o reflexo puro e límpido do que somos.  Afinal, a juventude é um turbilhão de emoções, confrontos, encontros, decepções, alegrias e tristezas. Ser jovem não é sinônimo de ser perfeito, aliás, ser humano não o é. Confesso que me senti “entre a cruz e a espada” algumas vezes até chegar, enfim, à tão esperada resposta. Por isso aconselho a vocês, meus colegas, a não tomar decisões em meio à neblina, à escuridão. A “sujeira” do momento não nos permite enxergar com clareza e nitidez a beleza das coisas.
Infelizmente vejo jovens com medo. Medo de escolher, medo de dizer SIM a Deus, medo de se envolver. Aliás,  eu já estive nessa situação. Muitos dizem que não querem definir sua escolha porque estamos em constante mudança. De fato, estamos. Eu descobri que a vocação é algo tão sublime que, mesmo quando mudamos, gostamos de outras coisas, outras companhias, outros hobbies, outros passeios, outras leituras, A VOCAÇÃO PERMANECE CONOSCO. 
Queridos, parafraseando meu amado Beato João Paulo II: “NÃO TENHAM MEDO!” O medo nos impede de ver além, de sentir a essência do que somos e do que queremos e podemos ser.
EI, VOCÊ! Se você crê em Deus, peça a Ele que lhe dê a graça de saber quando é chamado, para que é chamado e que aptidões demonstra. 
Para responder com clareza, precisamos conhecer a nós mesmos e ao que estamos escolhendo para nossas vidas. Para isso, temos que confiar cegamente nos planos de Deus para nós, pois esse sim tem “um plano infalível!”

Quem vos fala? Eu sou louca mesmo (“A LOUCURA DA CRUZ” I Cor 1, 17), meu nome é Mirelle Caroline de Camargo, tenho 18 anos e sou natural da bela capital paranaense, Curitiba.  Aspirante das Irmãs Missionárias de São Pedro Claver (www.missionarieclaveriane.org) que talvez alguns de vocês, leitores, conheçam. Rezem por mim, para que Deus me fortaleça, afinal, “nem tudo são flores”, o caminho é longo e há muito que fazer!
Um forte e fraternal abraço, com minhas orações e agradecimento pela paciência! J
Mi, IMSPC.

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