2ºProclamation |
Durante este período fiquei
incumbido de organizar com o Setor Juventude Candelária a acolhida da Réplica
em nossa Paróquia (fizemos o 2º Proclamation) e depois um trabalho peculiar:
transportar a cruz de comunidade em comunidade, dando assim a oportunidade de
que toda a Paróquia tivesse, ao menos num dia, um momento celebrativo e
devocional junto à cruz. Desta maneira, dia após dia, fui carregar a Cruz e o ícone
de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
Durante a semana algumas coisas
me chamaram a atenção, outras me passavam pela cabeça e muitas graças me foram
sendo concedidas.
A primeira coisa que me chamou a
atenção foi a incrível devoção do povo. Vivemos hoje um tempo de preocupação de
nossos lideres e de nós leigos e leigas engajados, em virtude do esvaziamento
das missas e das celebrações, no entanto, nestes dias vi o oposto. Vi o povo da Candelária celebrar o dia
devocional de Nossa Senhora da Candelária (dia 02 de todo mês) com o ardor
costumeiro. Vi também uma bonita imagem do povo com as velas na mão formando
uma corrente de luzes e orações que chegavam até a cruz.
Cruz na Comunidade SCJ |
No dia seguinte a cruz seguiu
para a Comunidade Sagrado Coração de Jesus, lá às senhoras do Apostolado da
Oração que aguardavam a chegada da cruz logo iniciaram a reza do Terço e
fizeram ao Pé do ícone seu momento devocional, para encerrar o dia foi
celebrada a Santa Missa e não por acaso a igreja repleta ouviu o evangelho que falava
sobre o soldado que foi à Cristo pedir a cura de seu servo e Cristo, depois de
dizer que iria curá-lo, ouve: “Senhor, não sou digno de que entreis em minha
morada, mas dizei uma só palavra e meu servo será salvo. Pois também tenho
soldados sobre minhas ordens e se digo a um ‘vai’ ele vai! Se digo ‘faz’ ele o
faz”. É, aquela palavra disse muito, afinal o lema da Jornada Mundial é: Ide e
fazei discípulos por todas as nações.
Comunidade NSa.Navegantes |
Na terça feira, dia 04, foi a vez
da Cruz seguir para a comunidade Nsa. dos Navegantes, capela mãe de nossa
paróquia. Lá mais uma cena tocante, ao avistar o carro que transportava a cruz
as pessoas que lá aguardavam começaram a entoar o cântico: Vitória (aquele
Vitória, Tu reinarás...) e a soar o sino da igreja. Linda imagem!
Comunidade NSa.Carmo |
Quarta feira, dia 05, Cruz segue
para a Comunidade das Irmãs de São Pedro Claver, Nossa Senhora do Carmo. Lá a cruz
é recepcionada pelas irmãs, como sempre, imensamente acolhedoras e simpáticas, à
noite a cruz é celebrada na Santa Missa e após o grupo de jovens se reúne e
realiza seu momento devocional.
Comunidade NSa. Fátima |
Quinta feira, 06, dia da cruz
seguir para a comunidade Nsa. de Fátima. Lá ainda enfrentam a dificuldade do
espaço para celebrar a missa em virtude do incidente das chuvas de anos
anteriores, onde a igreja desmoronou. As missas são celebradas no
estacionamento de um mercado que cede o espaço gratuitamente. Tudo é
improvisado! As cadeiras são montadas com a ajuda do povo e posicionadas
formando uma assembleia; o altar possui rodas para facilitar sua locomoção; a
imagem de Nsa. de Fátima surge de dentro de uma salinha carregada por uma das
senhoras colaboradoras e posicionada numa pequena mesa; o sistema de som
simplório com poucas caixas e microfones; as partículas já consagradas são
levadas pelo celebrante, afinal não há sacrário para guarda-las. Alguém sugere
que seja fechado mais uma parte da lona lateral para proteger a celebração e os
presentes contra uma possível chuva e um vento forte que já se apresentava.
Enfim, tudo improvisado, como disse, mas nada disso tira a beleza daquela
celebração. É impressionante ver a força de uma comunidade que se une em torno
de um ideal, em torno da reconstrução de sua comunidade, de sua casa de oração.
Neste dia, mais uma vez, o evangelho foi providencial, era o que falava sobre o
“homem sábio que constrói a casa sobre terreno sólido, rocha forte”. É, a cruz
tem que ser o alicerce dessa casa, dessa construção e com certeza é do povo
dessa comunidade que tanto luta por ela.
Comunidade Instrumento de Deus |
De lá a cruz seguiu imediatamente
para a comunidade de vida Instrumento de Deus. No final da celebração na
comunidade Nsa. Fátima, foi sugerido por um amigo membro da Comunidade ID que a
cruz fosse transportada pelos jovens até a comunidade e no caminho fosse
recitado o Santo Terço. Me pareceu na hora uma ideia louca e linda ao mesmo
tempo, mas infelizmente não aconteceu. A Cruz foi levada de carro até a casa de
missão do Instrumento de Deus. Lá, alguns membros estavam concluindo mais um
dia de formação e, após tudo organizado, já iniciaram as orações. No dia
seguinte, 07, a comunidade preparou uma diversidade de atividades, iniciando
suas atividades as 7h00 da manhã. Tudo muito cuidadoso e bem preparado, típico
da Comunidade ID. À noite tiveram a santa missa e a presença de amigos e
convidados para meditar sobre a Cruz de Cristo.
Paróquia Candelária- Celebração de envio |
Por fim, no sábado, 08, a Cruz
voltou para a Comunidade Matriz Candelária, onde foi celebrado envio da Cruz
para a Paróquia Sagrada Família no Setor Mandaqui. Na celebração não estavam
muitos jovens, na realidade estavam apenas os amigos que se dispuseram a animar
a celebração, entretanto, ela foi muito
bonita e cheia de significados. A leitura escolhida pelo Pe. Eloi foi a ICor.
1, 18-31, onde Paulo fala sobre a “loucura” da cruz.
“Pois a loucura de Deus é mais
sábia do que os homens, e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.”
Transporte com chuva |
Paróquia Sagrada Família |
Encerrando essa semana a cruz foi
levada para a Paróquia Sagrada Família, um lugar longe de nossa Paróquia
Candelária, enfrentamos muita chuva para chegar lá, mas o acolhimento da
Paróquia, o acolhimento do Padre e Diácono e, especialmente, o acolhimento dos
jovens que lá estavam fez cada pingo da chuva, cada dificuldade enfrentada
durante a semana valer a pena.
Agora a cruz segue seu caminho pelas
demais Paróquias da Região Santana e a mim fica o aprendizado desta semana:
Para muitos a exaltação da Cruz é loucura, assim como participar de uma
comunidade, assumir trabalhos na igreja, se desgastar, ter que abrir mão de
compromissos em prol de atividades da igreja pode ser loucura, mas para nós
Cristãos, para mim Cristão, isso é a loucura da Cruz...a loucura da Vitória de
Cristo sobre a morte, para nós, é FORÇA DE DEUS E SABEDORIA DE DEUS. (ICor. 1,
24).
Que a Cruz de Cristo seja símbolo
não da morte, não da agonia da crucificação, mas sim da Vitória, da Vitória de
Cristo sobre a morte e que seja essa Vitória que carreguemos em nossos peitos
como símbolo. Sejamos loucos por isso, porque a nós é dado o direito da loucura
de Deus, mas aos que não creem é dado à loucura da incompreensão.
Fiquem com Deus queridos “loucos”.
George Augusto
Coordenador do Setor Juventude Candelária